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O CRIMINOSO ENTRA PELA PORTARIA

Atualmente, o criminoso sabe que é fácil entrar no condomínio quando aparenta ser um condômino, e, dessa forma, engana o porteiro, e até outro morador, para conseguir lograr êxito em sua empreitada. O registro de imagens de um furto ocorrido em um condomínio revela que dois criminosos, aparentando ser um casal de moradores, aproveitou o portão aberto para um entregador para entrar no condomínio sem nenhum questionamento do porteiro. Em outro caso, a presença de um indivíduo (criminoso) pedindo informações tirou a atenção do porteiro, que passou a liberar o acesso para as pessoas vestidas como moradores, dentre eles, os criminosos (dois casais).

Os motivos para que o crime ocorra estão relacionados com as regras de acesso, as quais são flexibilizadas ao interesse de cada condômino, ou, muitas vezes, deixam de ser cumpridas, além do fato de o porteiro estar despreparado para identificar as situações de risco. Ao estudar a forma como a entrada foi permitida aos criminosos, é possível constatar as seguintes situações: os porteiros acreditam que pessoas bem trajadas são do bem, que uma mulher jamais poderia ser uma criminosa e que o cabelo branco de um indivíduo exige respeito e o libera dos procedimentos normais.

Na verdade, o procedimento padrão deveria seguir a máxima de que “todas as pessoas devem ser identificadas” para que possam entrar no condomínio. A fim de que o procedimento seja aplicado, recomendo gestão, além do emprego de outros recursos e equipamentos.

Dentre os 14 pontos de gestão de William Edwards Deming(1), destaco: “6. Fornecer treinamento no local de trabalho” e “8. Eliminar o medo”. O primeiro ponto parece simples, contudo, ao aplicar o treinamento no local de trabalho, são identificadas as dificuldades que o porteiro possui por falta de equipamento, por ausência de procedimento detalhado e/ou pelo desconhecimento de boas práticas. O segundo ponto está relacionado à falta de procedimento escrito, fazendo prevalecer no condomínio a expressão “aja com bom senso”. Ao agir empiricamente, “com bom senso”, o porteiro tende a falhar. O medo está relacionado à ausência do procedimento escrito e ao receio de errar. Nesse sentido, o procedimento forte (aprovado pelos condôminos), a sanção daqueles que o descumprem (colaboradores e condôminos) e a confiança de estar fazendo “o certo” mitigam as vulnerabilidades no acesso.

Procedimento escrito, treinamento e a consciência de que a segurança do condomínio deve ser compartilhada pelos que residem e trabalham no local são os primeiros passos para evitar o dissabor da ação criminosa.

(1) Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Edwards_Deming, consultado em 05/04/2017.

Wlauder Robson Gonçalves - Especialista em Segurança - Full Protection

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